terça-feira, 24 de novembro de 2009

Resenha e Considerações finais

Homossexualidade é um tema muito complexo de se lidar. Ainda existe uma discriminação velada por detrás de cada brincadeira, chacota ou comentário. Discriminar o diferente é uma cultura que adquirimos desde muito cedo; nós, seres humanos, negamos o diferente e o estranho por medo ou pelo simples fato do desconhecido nos provocar certo incômodo.
Uma brincadeira, aparentemente inocente, pode protagonizar uma peça recheada de preconceitos. Se pararmos para pensar um pouco nas nossas chacotas com a menina gordinha que usa roupas apertadas, com a “negrinha” que tem cabelo ruim, com o japonês que tem “pinto” pequeno ou aquele menino que é meio “moça”; veremos que isso esconde, na verdade, um comportamento mental arraigado por gerações. Por que será que as pessoas não param para refletir que mesmo sem a intenção de magoar essas atitudes ofendem profundamente e as pessoas que o recebem podem se magoar profundamente com essa situação?
Foi pensando nessa questão que imaginamos analisar (mesmo que superficialmente, pois um estudo aprofundado como esses levaria anos) a questão do amadurecimento sexual do jovem homossexual nas escolas públicas do Distrito Federal. A UNESCO, por exemplo, fez uma pesquisa em 2004 com a qual se constatou que 40% dos alunos brasileiros não gostariam de ter colegas homossexuais nas escolas. O que esses números evidenciam senão esse grande preconceito embotado na idéia de que conviver com homossexuais gera tendências para essa orientação. Ainda um grupo na Bahia fez um levantamento e constatou que há uma freqüência de mortes de um homossexual a cada quatro dias em decorrência da intolerância sexual.
No Distrito Federal o homossexual encontra amparo na Lei Orgânica que tipifica a discriminação como crime: “Parágrafo único. Ninguém será discriminado ou prejudicado em razão de nascimento, idade, etnia, cor, sexo, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosóficas, orientação sexual, deficiência física, imunológica, sensorial ou mental, por ter cumprido pena, nem por qualquer particularidade ou condição observada a Constituição Federal.” (Trecho Art. 2º parágrafo único, Lei Orgânica do DF). Com tudo isso é que se cria o grande questionamento: Como será que se dá o amadurecimento sexual do jovem homossexual, numa fase que não costuma ser fácil nem para as pessoas de orientação heterossexual?
Relacionemos um jovem cheio de conflitos, com os hormônios em ebulição, mudanças em sua composição social, exigências de ordem de gêneros, saindo de uma compreensão familiar e partindo para o mundo, buscando por independência financeira, sonhos... Repentinamente se vê atraído por uma pessoa do mesmo sexo e logo se depara com a idéia de que aquilo é errado, que para ser aceito no grupo não pode ter esse tipo de postura e que tem de manter uma imagem social. Não bastasse aquilo tudo ainda tem que enfrentar as questões familiares, muitas vezes pais ausentes, incompreensíveis, que criaram expectativas e querem que essas sejam cumpridas. Diante desse cenário é que esse jovem amadurece sua sexualidade.
Frente a esses paradoxos esse jovem procura alternativas. Grupos que o aceitem, pessoas que vivam a mesma história e muitas vezes se envolvem em “tribos de choque” que impõe sua orientação que para muitos se entende de forma grosseira ou vulgar. Contudo, em uma visão utópica, se pudéssemos suprimir todo preconceito do mundo e as brincadeiras fossem apenas brincadeiras e não mascarassem nenhuma segunda intenção e que toda orientação sexual fosse do comum ao normal; poderíamos dizer que esse amadurecimento se daria sobre uma base muito mais segura, menos punitiva e traumatizante. Isso não ocorre hoje, pois as crianças nascem sem saber discriminar, com o tempo aprendem o que é diferente e quando mais adultas aprendem a esconder os preconceitos aprendidos. É preciso uma ação mais profunda na alteração desse comportamento e que atinja todos os segmentos sociais; a única forma de isso acontecer além de uma campanha de conscientização bem fortalecida é criar uma lei que criminalize a conduta discriminatória das minorias. Já que democracia nada mais é que acatar a decisão da maioria respeitando os direitos das minorias.

Um comentário:

  1. Olá,
    Estou passando por aqui para visitar o material de vocês. Esta é a etapa final da atividade com o blog sob minha orientação.
    De vez em quando virei visitá-los rsss...

    Informo que o processo de avaliação consta das seguintes etapas:

    Leitura dos relatórios individuais
    Impressão de todos os textos dos blogs
    Leitura dos textos publicados nos blogs
    Coloco comentário geral no último texto publicado.

    Após o recebimento deste comentário geral. As etapas de avaliação foram encerradas.

    Desejo sucesso para vocês e AGRADEÇO a participação de todos vocês na elaboração das atividades propostas durante nosso curso.

    abraços

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