quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Homossexualidade nas escolas - Uma visão breve

Alguns assuntos são muito polêmicos, mas poucos são tão "devastadores" quanto a homossxualidade nas escolas. O homossexual adulto conhece seus direitos e vive bem consigo mesmo desde que tenha passado pelo processo de próprio-aceitação; sabe se defender e quando não encontra-se em alguma "tribo social" que o acolhe e o oreinta a buscar por seus direitos. Obviamente esse é um caminho dolorido e cheio de agruras, mas os que o superam conseguem enxergar uma luz ao final. Isso em geral não acontece com o jovem homossexual que além de enfrentar a sociedade, muitas vezes tem de travar uma batalha épica dentro de casa.

Muitos casos são colocados. Como o de um aluno de 14 anos de um colégio de São Paulo que se declarou apaixonado por seu colega. Enquanto o colégio se declarava "uma escola conservadora, mas não preconceituosa", e no entanto intencionava expulsar o aluno; seus colegas o ameaçavam e os pais do menino "assediado" exigiam providências da coordenação. O grande questionamento segundo o psicólogo (palestrante da 16ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo com o tema Minorias sexuais na sala de aula) Cláudio Picazio é:

"Por que não expulsam meninos que vivem assediando as meninas, de maneira muitas vezes bastante inconveniente?" A resposta segundo ele ainda seria simples: "preconceito e falta de educação sexual".

Picazio ainda diz mais: "A homossexualidade não é uma escolha consciente. Ninguém, quando começa a vida sexual, fica se perguntando se gosta de meninos ou meninas. Na nossa sociedade, a cobrança sexual é tão grande que o preconceito encontra terreno fértil. Na escola, se um menino é efeminado ou uma menina é embrutecida, logo vão sendo tachados de homossexuais. Eles podem não ser e, se forem, devem ser respeitados."
"Esse respeito às diferenças, no entanto, deve ser ensinado — pela família e pela escola. 'O professor deve preparar os alunos para entenderem e respeitarem individualidades, dentro de seus limites. Essa orientação deve partir da direção da escola. Mas, geralmente, não é isso que acontece', ressalta Picazio."

E a instrumentação para que isso ocorra de forma eficaz nas escolas? E a preparação desses profissionais para lidarem com um preconceito arraigado e muitas vezes preconizado no seio familiar? São questões como essas que precisam ser repensadas e traduzidas em atitudes.